PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - Três astronautas chineses, cujo retorno à Terra foi atrasado por detritos espaciais que atingiram sua nave na semana passada, aterrissaram na China na tarde de sexta-feira, de acordo com a emissora estatal CCTV.
A Agência Espacial Tripulada da China (CMSA) revelou detalhes sobre os danos causados pelos detritos pela primeira vez na sexta-feira, dizendo que "pequenas rachaduras" foram encontradas em uma pequena janela da cápsula de retorno da espaçonave Shenzhou-20.
"A cápsula não atende aos requisitos de segurança para um retorno tripulado, a Shenzhou-20 permanecerá em órbita e conduzirá experimentos relevantes", disse a agência em um comunicado.
Os astronautas deveriam ter retornado à Terra há nove dias, após completarem uma missão de seis meses na estação espacial chinesa Tiangong, permanentemente habitada, um programa conhecido como Shenzhou, ou "Navio Divino", quando a rachadura foi descoberta.
A tripulação deixou a Tiangong em outra espaçonave, a Shenzhou-21, de acordo com a CMSA, aterrissando no local de pouso de Dongfeng, na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, às 16h40 (5h40 de Brasília).
A missão começou em abril e transcorreu sem problemas até que o incidente com os destroços forçou o adiamento do retorno da Shenzhou-20, originalmente programado para 5 de novembro, disse a CMSA.
O atraso, embora de apenas nove dias, foi altamente incomum para um programa que funcionou como um relógio e que no último ano atingiu novos marcos, com o envio de astronautas nascidos na década de 1990, uma caminhada espacial recorde e planos para enviar o primeiro astronauta estrangeiro, do Paquistão, para Tiangong no próximo ano.
(Reportagem de Eduardo Baptista, Joey Roulette e Maxim Shemetov)