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Por Bernardo Caram e Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro espera mobilizar até US$4 bilhões em seu mais novo leilão que busca alavancar investimentos estrangeiros no país, disse à Reuters o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, prevendo que a demanda por projetos de ecoturismo seja o principal impulsionador do interesse de investidores.
A iniciativa, a ser anunciada nesta sexta-feira à margem da conferência climática da ONU em Belém, será o quarto leilão do programa Eco Invest do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disponibiliza recursos públicos como forma de multiplicar a atração de capital privado para projetos sustentáveis.
Até o momento, os leilões do programa já geraram US$14 bilhões de compromisso de captação por investidores estrangeiros, disse Ceron.
A nova rodada terá foco em projetos de infraestrutura para desenvolvimento econômico sustentável, bioeconomia -- incluindo artesanato e coleta de insumos para cosméticos -- e turismo ecológico, área em que o secretário vê maior chance de mobilização de recursos.
"Essa infraestrutura que tem capacidade de receber o turismo internacional, acho que tem um potencial muito grande," disse Ceron.
"Podem vir projetos grandes e haver uma surpresa, uma carteira um pouco maior."
No leilão de “blended finance” (que une capital público e privado), instituições financeiras apresentam propostas com indicação de quanto pretendem mobilizar de recursos privados, qual alavancagem sobre o capital público e as condições de crédito. Vencem o leilão os bancos que se comprometerem a buscar mais recursos privados a partir da multiplicação do capital público e que cumpram os critérios do edital.
Os valores são então repassados gradualmente aos bancos vencedores, que ficam responsáveis por fazer a captação prometida e conceder o crédito aos beneficiários finais responsáveis pelos projetos.
Segundo as normas do governo, o setor privado deve alavancar no mínimo quatro vezes o montante do capital público, que será proveniente do Fundo Clima do governo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), parceiro do Eco Invest desde seu lançamento no ano passado.
Após os prazos do edital, o resultado do leilão está previsto para o início de 2026, com potencial para mobilizar até US$3 bilhões em capital privado, que se somariam ao US$1 bilhão em recursos públicos. O número final pode ser maior ou menor que a estimativa original a depender do apetite do mercado.
De acordo com Ceron, os investidores ainda terão acesso a uma espécie de bônus, equivalente a 20% do valor levantado. O montante deverá ser aplicado em finalidades específicas, como assistência técnica e capacitação em projetos mais complexos e arriscados, com foco em pequenos produtores.
O edital vai exigir que no mínimo 60% dos recursos sejam provenientes de captação externa, com pelo menos 25% dos fundos sendo destinados à região amazônica.
O primeiro leilão do Eco Invest foi realizado em outubro de 2024, seguido por um segundo em agosto deste ano, com foco na restauração de pastagens degradadas. Juntas, as duas iniciativas mobilizaram mais de R$75 bilhões, incluindo R$46 bilhões de investidores estrangeiros.
Em outubro, o governo lançou um terceiro leilão, desta vez com foco em investimentos em participações societárias, que deve ser concluído até o final deste ano.
PÉ NO FREIO
Ceron afirmou que o Eco Invest provavelmente terá um ritmo mais lento em 2026, com o governo realizando mais um ou, no máximo, dois leilões, enquanto se concentra na governança e transparência do programa, incluindo o lançamento na sexta-feira de um portal dedicado a divulgar os resultados alcançados até o momento.
O secretário disse que o primeiro semestre de 2026 deve marcar o início das operações com derivativos de hedge cambial fornecidos pelo BID, que serão canalizados através do Banco Central – um eixo relevante do projeto original do Eco Invest, mas que levou mais tempo do que o esperado para ser implementado.
De acordo com Ceron, é possível que a oferta de derivativos seja disponibilizada como um recurso adicional para os investidores do Eco Invest, em vez de ser objeto de um leilão específico.
Diante da complexidade e do custo de execução de projetos sustentáveis, agentes de mercado têm visto com entusiasmo o apoio oferecido pelos mecanismos do Eco Invest, afirmou Carlos Takahashi, diretor da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
“Para você promover o mercado, incentivar e trazer os incentivos corretos, iniciativas como essas são muito importantes”, disse ele, afirmando que a canalização de recursos para investimentos sustentáveis tem grande espaço para crescimento.
Dados da Anbima mostram, por exemplo, que fundos que têm objetivo de investimento 100% sustentável representam apenas 0,38% do patrimônio líquido total da indústria no país, participação ainda baixa, apesar de uma tendência de alta -- no fim de 2023 estava em 0,09%.
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