Em Cuba, déficit crônico continua uma semana depois de apagão
Uma semana depois do apagão em Cuba, o sistema elétrico da ilha foi restabelecido, mas continua havendo escassez crônica de energia, o que obriga as...
Uma semana depois do apagão em Cuba, o sistema elétrico da ilha foi restabelecido, mas continua havendo escassez crônica de energia, o que obriga as autoridades a programar cortes de luz.
A Empresa Nacional de Eletricidade (UNE) anunciou nesta sexta-feira (25) que, no horário de pico de consumo da população, haverá "disponibilidade de 2.124 MW" para cobrir uma demanda máxima estimada em 3.000 MW, o que supõe um déficit de abastecimento.
Em 18 de outubro, o sistema elétrico nacional colapsou por uma avaria na principal central elétrica do país e devido à escassez de combustível, provocando um gigantesco apagão que deixou sem luz, por quatro dias, quase a totalidade dos 10 milhões de habitantes da ilha.
Desde a noite de segunda-feira, a eletricidade começou a ser restabelecida gradualmente. Na manhã de terça, as autoridades anunciaram que 70% dos cubanos tinham eletricidade e, horas mais tarde, disseram que o sistema elétrico nacional havia sido sincronizado em todo o país, o que permitiu retomar a distribuição.
No entanto, a escassez crônica de eletricidade continuou e as autoridades suspenderam aulas e atividades não essenciais por toda a semana e preveem retomá-las na segunda.
"Estamos realizando esforços para melhorar o abastecimento de eletricidade em todo o país", disse nesta quinta-feira a UNE na rede social X.
Em Havana, os cortes programados foram retomados na terça-feira, fazendo um rodízio por bairros, constatou a AFP.
Há vários meses, os cubanos sofrem cortes de eletricidade. Em algumas províncias, a interrupção chegou a 20 horas por dia. Na véspera do gigantesco apagão, o déficit energético nacional havia chegado a 50%.
Ao mesmo tempo, o país continuou respondendo aos estragos causados pelo furacão Oscar na província de Guantánamo (leste), com impactos em suas estradas e no sistema elétrico. O fenômeno meteorológico deixou sete mortos.
"A temporada de ciclones ainda não acabou", desde horas da noite chove em Baracoa, em Maisí", duas localidades do extremo leste da ilha atingidas pelo furacão, disse nesta sexta na rede X a vice-primeira-ministra cubana, Inés María Chapman.
"Segundo o boletim meteorológico, ocorrerão chuvas localmente intensas na zona norte oriental de Cuba. Devemos seguir preparados e alertas", acrescentou.
Claudia Sheinbaum, presidente do México, disse na quarta-feira, em coletiva de imprensa, que seu país está oferecendo a Cuba "essencialmente ajuda técnica".
"Cuba foi ajudada em um momento e estamos vendo se é necessário também a ajuda de combustível, como ajuda humanitária", acrescentou Sheinbaum ao detalhar que o apoio "é ao povo cubano obviamente".
Havana disse que também recebeu ofertas de Venezuela e Colômbia, sem detalhar no que consistem.